Palmeiras falha na defesa contra Flamengo, mas segue vivo na briga por título

Encaixe de marcação e falta de ligação entre defesa e ataque são problemas do Verdão em derrota no Maracanã e viram pontos de correção para última cinco rodadas
Foto: GE
Palmeiras falha na defesa contra Flamengo, mas segue vivo na briga por título

Eram três minutos do segundo tempo quando Abel Ferreira fechou o semblante e desceu para o banco de reservas do Maracanã com a prancheta em mãos. Buscava soluções após a expulsão de Gustavo Gómez, mas viu o Palmeiras perder para o Flamengo, por 3 a 0, e desperdiçar a chance de dormir na liderança do Brasileiro.

A derrota quebrou uma sequência de cinco vitórias seguidas do Verdão e expôs problemas na marcação, mas está longe de frustrar a equipe - que vê a disputa pelo título até o final.

O Palmeiras segue vice-líder e tem 59 pontos, empatado com o líder Botafogo, que enfrenta o Grêmio nesta quinta-feira e ainda tem um jogo a menos - a ser disputado contra o Fortaleza no dia 23 de novembro.

Do Maracanã, o Alviverde carrega consigo os pontos de atenção que precisará corrigir para as cinco rodadas finais da Série A. Se o encaixe da marcação havia sido uma virtude nas últimas cinco vitórias, por exemplo, contra o Flamengo a característica não esteve em campo.

O Palmeiras apresentou falhas na marcação e falta de ligação entre defesa e ataque, terminando o primeiro tempo com quatro finalizações contra oito do Flamengo - que desceu para o intervalo a vitória encaminhada, no 2 a 0.

Havia ainda um desequilíbrio no lado direito do time, porque Mayke e Breno Lopes marcaram Ayrton Lucas e a zaga, então Zé Rafael passou a deixar o meio de campo para marcar Matheuzinho. A equipe, assim, ficou aberta por dentro - deixando espaços para o adversário ao mesmo tempo em que tinha dificuldades para encontrar os seus.

– Pra ser sincero, não estamos achando espaço. Estão muito fechados por dentro. A gente está errando mais do que o normal – admitiu Raphael Veiga ao fim do primeiro tempo.

No primeiro tempo, enquanto o Palmeiras desperdiçou, o Flamengo soube concluir. Aos 17 minutos, traiu Richard Ríos para longe da última linha defensiva - causando a revolta de Abel Ferreira -, e Pulgar encontrou o passe entre os zagueiros Murilo e Luan para servir Pedro: 1 a 0.

No banco de reservas, Abel mostrava-se cauteloso. Conversou com a comissão técnica, chamou Veiga na beira do gramado e parecia analisar a partida em busca de ajustes. Não houve tempo, contudo. Aos 28, Rossi mandou uma bola longa para a esquerda, Cebolinha passou fácil por Mayke e fez o cruzamento para Arrascaeta mandar de cabeça: 2 a 0.

No segundo tempo, o Palmeiras voltou com duas mudanças na tentativa de recompor o meio de campo e melhorar a criatividade do time: Richard Ríos e Luan saíram para as entradas de Fabinho e Luis Guilherme.

Em três minutos, contudo, os planos foram por água abaixo. Gustavo Gómez perdeu o tempo de bola na dividida com Arrascaeta, deixou o braço no pescoço do meia do Flamengo e terminou expulso.

Abel Ferreira - com o semblante fechado - desceu para sentar no banco de reservas e passou a fazer anotações na prancheta.

Acionou Naves no lugar de Breno Lopes para reorganizar a defesa e viu Endrick puxar as investidas no ataque, incentivando o time com gritos de "Vamo lá, vamo lá". Aos 18, contudo, saiu o terceiro gol, novamente com Pedro, em mais um momento de desorganização da defesa alviverde: 3 a 0.

O Palmeiras ainda apareceu com uma chance aos 25, após cobrança de escanteio, em que Zé Rafael teria a bola limpa na área para finalizar, mas Rony tentou uma bicicleta e desperdiçou. O jogo, depois disso, restringiu-se à disputa entre a defesa alviverde e o ataque rubro-negro.

Foi-se a chance de vitória e de assumir a liderança na Série A, mas o cenário está longe de terra arrasada para o Palmeiras. E isso o técnico Abel Ferreira faz questão de dizer.

- Eu acho e já disse aos meus jogadores que hoje poderíamos ter tirado o Flamengo da luta. Acho que vai ser discutido até o último jogo... por nós, pelo Flamengo, pelo Grêmio, pelo Bragantino, pelo Botafogo. Vai ser até o último jogo. É a sensação que eu fico.

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