O renomado treinador italiano, Carlo Ancelotti, conhecido por sua passagem pelo Real Madrid, foi recentemente condenado a um ano de prisão por sonegação de impostos durante sua primeira temporada no clube espanhol, em 2014 e 2015.
A acusação envolveu uma fraude fiscal de 1 milhão de euros, especificamente relacionada aos direitos de imagem do treinador. Enquanto Ancelotti foi considerado culpado apenas pelo exercício fiscal de 2014, sendo absolvido em relação a 2015, a situação levantou questionamentos sobre sua conduta e a aplicação da lei.
Em um depoimento de mais de 40 minutos prestado em abril deste ano, Ancelotti afirmou nunca ter tido a intenção de cometer fraude, alegando que confiava em seus consultores fiscais para gerir seus rendimentos adequadamente.
O treinador explicou que, em 2023, recebeu uma proposta salarial líquida de 6 milhões de euros, na qual os direitos de imagem desempenhavam um papel relevante. Ancelotti afirmou que sua prioridade era garantir esse valor líquido, sem se aprofundar nos detalhes dos aspectos fiscais envolvidos.
Ao mencionar sua visão sobre a importância dos direitos de imagem para treinadores de futebol, Ancelotti destacou que sua ênfase estava na remuneração total acordada e não na estrutura específica dos pagamentos.
Apesar da sentença de um ano de prisão, a aplicação efetiva da pena para Ancelotti é incerta. De acordo com a legislação espanhola, condenações de prisão inferiores a dois anos permitem a suspensão da pena em determinadas condições, como ausência de antecedentes criminais e reparação do dano causado.
Além de não possuir histórico criminal, Ancelotti foi beneficiado pelo Real Madrid, que quitou as dívidas fiscais em seu nome durante o processo legal, o que pode contribuir para evitar sua prisão.
A sentença também inclui uma multa substancial e restrições adicionais, como a impossibilidade de obter ajuda pública ou vantagens fiscais na Espanha por três anos. No entanto, como Ancelotti deixou o país, essas restrições podem ter um impacto limitado em sua situação atual.
Embora a promotoria tenha solicitado uma pena mais severa, Ancelotti, em sua defesa, pleiteou a absolvição e invocou circunstâncias atenuantes, incluindo a reparação do dano financeiro causado, buscando a redução da punição imposta.
Com as particularidades do caso e os requisitos cumpridos por Ancelotti, observa-se que o desfecho judicial pode envolver medidas alternativas à prisão, como trabalhos comunitários, juntamente com o pagamento da multa estabelecida.