O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, foi intimado pelo Ministério Público de São Paulo a prestar depoimento sobre o uso de cartões de crédito do clube para despesas pessoais. A investigação ocorre após o MP atestar a veracidade das faturas que levantaram estas suspeitas.
Entre os extratos analisados, há registros de compras em uma joalheria e em um restaurante de Fernando de Noronha durante o réveillon de 2020. A situação levou à intimação de Andrés, que deverá depor por videoconferência na próxima quinta-feira.
O promotor Cássio Roberto Conserino investiga possíveis crimes de apropriação indébita e outras irregularidades no uso dos cartões do Corinthians há cerca de dois meses. A apuração também engloba o período em que Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo estiveram à frente do clube, de 2021 a 2025, levantando suspeitas de envolvimento com empresas de fachada e até crime organizado.
O ex-presidente já admitiu ter realizado uma compra pessoal em viagem ao Rio Grande do Norte, alegando ter se confundido e reembolsado o clube em R$ 15 mil. Informações sobre essas faturas foram reveladas pelo perfil "Mala Oficial" na rede social X.
Apesar disso, a defesa de Andrés solicitou o arquivamento das investigações, argumentando que não havia regras claras para o uso do cartão e que não houve crime. O Ministério Público, no entanto, rejeitou o pedido, mantendo as investigações em curso.
Além do MP, comissões internas do Conselho Deliberativo do Corinthians também investigam a conduta de Andrés Sanchez. Atualmente, ele é conselheiro vitalício do clube e, mesmo sem exercer um cargo diretivo, participou recentemente de negociações com a Caixa Econômica Federal ao lado do atual presidente Osmar Stabile.