A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, na última terça-feira (8), que a ação do Flamengo contra a CBF e o São Paulo, visando o reconhecimento como campeão de 1987, é improcedente. O juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, da 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca, foi responsável pela sentença, lembrando que ainda cabe recurso.
O magistrado ressaltou que a questão já foi analisada em tribunais superiores, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), que em maio de 2024, reafirmou o Sport como campeão legítimo de 1987. Segundo o juiz, a insistência do Flamengo caracteriza “abuso de direito” por tentar reabrir um caso já encerrado. Ele lamentou que decisões superiores continuem a ser desafiadas, mesmo que por vias indiretas.
Além disso, o juiz destacou que, enquanto torcedores podem discordar de decisões esportivas, advogados têm a obrigação de encerrar disputas jurídicas que não comportam mais questionamentos.
A controvérsia sobre o título de 1987 perdura há décadas. Naquele ano, o campeonato foi dividido em Módulos Verde e Amarelo. O Flamengo venceu o Módulo Verde, intitulado "Copa União", após derrotar o Internacional. Já o Sport e o Guarani foram os finalistas do Módulo Amarelo.
O regulamento exigia um quadrangular final entre os dois melhores de cada módulo, mas Flamengo e Internacional recusaram-se a participar, considerando a Copa União o verdadeiro Campeonato Brasileiro. Assim, Sport e Guarani disputaram a final, com o Sport vencendo por 1 a 0 em 7 de fevereiro de 1988.
A CBF reconheceu o Sport como campeão oficial, decisão confirmada pela Justiça em 1994. Em 2011, a CBF chegou a declarar Flamengo e Sport como vencedores, mas o STF determinou em 2017 que apenas o Sport é o campeão legítimo.
Quanto à Taça das Bolinhas, destinada ao primeiro clube a conquistar cinco títulos nacionais, permanece com o São Paulo, já que o Flamengo não é reconhecido como campeão de 1987 pela Justiça.