
Neste domingo, a Assembleia Geral Extraordinária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aprovou uma série de decisões que marcaram uma reviravolta institucional. Com a presença de 26 federações, a entidade anulou as duas últimas eleições do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, bem como alterações estatutárias realizadas durante seu mandato e o acordo que havia sido levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para legitimar sua permanência à frente da CBF.
Um dos principais alvos da deliberação foi o acordo firmado por cinco dirigentes, incluindo o ex-presidente Antônio Nunes (Coronel Nunes), utilizado como base jurídica para garantir a continuidade de Rodrigues no cargo. A assembleia optou por revogar esse documento e todas as alterações que aumentavam o poder concentrado na presidência, em detrimento da diretoria.
Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, não participou da votação nem enviou representante. Apesar de ter o apoio de grande parte dos clubes, Bastos não conseguiu reunir o número mínimo de federações para lançar uma candidatura alternativa.
As eleições anuladas incluem a de 2022, quando Rodrigues assumiu o comando da entidade após a saída de Rogério Caboclo, e a de março de 2025, em que foi reeleito por unanimidade. A reversão das mudanças estatutárias abriu caminho para a convocação de um novo pleito para o ciclo 2025-2029.
A decisão unificou apoio em torno de Samir Xaud, que tornou-se o único candidato com respaldo de 25 federações e 10 clubes. Diante da ausência de adversários, a eleição foi definida sem disputa.
Em nota oficial, a CBF ressaltou que a Assembleia seguiu os princípios estabelecidos pelos estatutos da FIFA e da CONMEBOL, reforçando o compromisso com a autonomia e legalidade da entidade. A anulação dos atos jurídicos e estatutários da gestão anterior foi considerada um passo importante para restaurar a governança e a credibilidade da CBF no cenário esportivo.