
Uma recente análise pericial divulgada revelou indícios de falsificação em um documento fundamental para a legitimidade do mandato de Ednaldo Rodrigues como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O laudo técnico, assinado pela perita em documentoscopia Jacqueline Tirotti e divulgado pela Espn, colocou sob suspeita a assinatura do vice-presidente Antônio Carlos Nunes em um acordo que encerrava disputas judiciais e parecia garantir a estabilidade da presidência de Rodrigues.
⚠️ Deputada federal entra com pedido no STF para tentar tirar Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF.
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) May 6, 2025
O argumento da deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) se baseia na alegação de que houve falsificação da assinatura de Coronel Nunes, ex-presidente interino da CBF, no… pic.twitter.com/WDEntNWO57
Revelações da Perícia
O documento em questão foi assinado pela Federação Mineira de Futebol, pelo ex-presidente da CBF, Rogério Caboclo, e pelos vice-presidentes Antônio Carlos Nunes, Fernando Sarney, Gustavo Feijó e Castellar Guimarães Neto. Este acordo previa o encerramento de conflitos existentes e a prevenção de litígios futuros relacionados à legalidade das Assembleias de março de 2022 que elegeram Ednaldo, comprometendo-se a desistir de medidas judiciais que questionassem a legalidade das referidas Assembleias.
No entanto, o mesmo documento tornou-se motivo de uma nova crise, conforme apontado pela perícia. As assinaturas de Nunes apresentaram divergências significativas em relação à análise de características personalíssimas e imperceptíveis. A análise concluiu pela impossibilidade de atribuir as assinaturas a Antônio Carlos Nunes de Lima, apontando fragilidades no documento devido à ausência de rubricas e fixação de folhas, o que facilitaria a troca de páginas.
Inconsistências Identificadas
A análise pericial, detalhada em um extenso laudo de 28 páginas, identificou ainda incongruências relacionadas à procuração utilizada no processo. Foi observado que a procuração foi assinada cinco dias antes do acordo ao qual se referia, conferindo poderes específicos para a homologação judicial de um acordo ainda inexistente à época.
A perita descreveu minuciosamente os aspectos técnicos que embasaram a conclusão sobre a suposta falsificação, destacando elementos discriminadores da escrita que indicavam divergências nas assinaturas atribuídas a Antônio Carlos Nunes de Lima.
Repercussões no Âmbito Legal
A análise pericial encomendada pelo vereador do Rio de Janeiro, Marcos Dias Ferreira, foi encaminhada ao Ministério Público do Rio de Janeiro. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal, com a deputada federal Daniela do Waguinho pedindo o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, com base nas evidências de simulação no acordo e denúncias de gestão temerária na entidade.
Diante das graves acusações, a CBF optou por não se manifestar sobre o caso até o momento, enquanto as investigações e debates legais prosseguem, impactando diretamente a liderança da entidade esportiva nacional.