O desastre na semifinal da Copa Sul-Americana, que resultou na eliminação do Corinthians para o Racing, evidenciou erros cruciais que vão além das escolhas de Ramón Díaz nos dois jogos. O treinador argentino teve participação decisiva, sobretudo com substituições desastrosas que afetaram o desempenho da equipe, como no duelo de ida em Itaquera, onde a derrota por 2 a 1 no El Cilindro deixou claro o equívoco nas mudanças táticas.
Em um roteiro semelhante ao confronto contra o Flamengo na Copa do Brasil, o Corinthians teve posse de bola, mas não conseguiu criar chances de gol significativas, registrando apenas um mísero chute na etapa final. As decisões equivocadas de Ramón em momentos cruciais da temporada impressionam, porém, é injusto designá-lo como único responsável pela queda do time.
Além das falhas do treinador, a eliminação do Corinthians reflete uma série de problemas estruturais e administrativos que assolam o clube há anos. A falta de um projeto esportivo consistente e a busca por treinadores sem uma estratégia clara são reflexos de uma gestão tumultuada, orientada por pressões externas e a ausência de um plano sólido a longo prazo.
A sucessão de equívocos não se resume às escolhas de Ramón Díaz durante a semifinal, mas está intrinsecamente ligada a um contexto de desordem e instabilidade. A proibição de contratações impostas pela Fifa, as dívidas acumuladas e as constantes mudanças na equipe refletem um cenário caótico que vai muito além das decisões do técnico.
Diante deste panorama, é fundamental ampliar o debate para além das escolhas de Ramón Díaz e refletir de forma mais abrangente sobre os problemas estruturais que impactam o Corinthians. A fase decisiva do Campeonato Brasileiro impede uma análise aprofundada no momento, mas o clube enfrenta um desafio complexo que não será superado apenas com a troca de treinadores.
O Corinthians precisa urgentemente realizar uma reflexão honesta sobre os desafios que enfrenta, deixando claro que a mudança de técnico não será suficiente para reverter a situação. O momento exige uma abordagem crítica e uma busca por soluções que vão além do campo, visando reestabelecer a grandeza e competitividade do clube no cenário nacional.