Futebol em Foco

Palmeiras é campeão e mostra em virada por que não para de vencer com Abel.

Já são oito títulos na "era Abel" e após susto na ida, Verdão domina o Água Santa diante de 41 mil pessoas, resolve o Paulistão no primeiro tempo e mostra que o desejo por ganhar não muda
Foto: GE SPPalmeiras é campeão de novo e mostra em virada por que não para de vencer com Abel
Palmeiras é campeão de novo e mostra em virada por que não para de vencer com Abel

Palmeiras já vencia o Água Santa por 4 a 0, estava a minutos de garantir a conquista de seu 25º título paulista, e a torcida no Allianz Parque começou a gritar "olé". Abel Ferreira, à beira do campo, fazia gestos com as mãos de que não estava gostando.

O mesmo Abel na sequência quase arrancou a camisa ao ver Rony finalizar para fora uma bela jogada coletiva, iniciada de pé em pé a partir da defesa. Ele queria mais, mas também pedia calma para seus jogadores não se deixarem envolver com o "olé" das arquibancadas, um grito que já disse desaprovar por menosprezar o adversário.

Foto: GE SP1Palmeiras x Água Santa, Abel Ferreira comemora no banco — Foto: Marcos Ribolli

A goleada por 4 a 0 foi definida antes do intervalo, já que o Verdão foi para os vestiários vencendo por 3 a 0, com o jogo dominado. O time levantou sua oitava taça na "era Abel Ferreira" e mostrou por que não para de vencer sob o comando do português.

Depois de uma atuação fraca na Arena Barueri, com muitos erros diante da grande surpresa deste Paulistão, o Palmeiras levou o reencontro no Allianz Parque com a seriedade e intensidade que faltou no domingo passado.

Abel avisara: ou o time viraria o jogo, ou sofreria uma grande vergonha. Todos entenderam o recado. Por melhor que o Água Santa tivesse jogado este Estadual, terminar com o vice-campeonato seria o ponto mais baixo da passagem do treinador português.

O roteiro lembrou o do Paulistão de 2022, em que também fez 4 a 0 no São Paulo depois de um jogar mal o primeiro jogo. Com 41 mil torcedores presentes, o Verdão contou com o barulho das arquibancadas e começou a final sem deixar o Água Santa respirar.

Abel fez uma mudança no posicionamento do meio-campo, com Raphael Veiga mais próximo de Dudu na direita, Gabriel Menino jogando com Vanderlan e Rony na esquerda, enquanto Endrick era a referência.

Foto: GE SP1Palmeiras x Água Santa, gol de Endrick — Foto: Marcos Ribolli

Foi em uma falta sofrida pelo camisa 16, que o Verdão começou a abrir o caminho para a virada. Menino pegou o rebote da própria cobrança na barreira e fez 1 a 0. O camisa 25 ampliou minutos depois, concluindo uma jogadaça de Dudu. Em menos de meia-hora, o Palmeiras já chegava ao placar suficiente para conquistar o Paulista.

Mas a postura era a mesma: marcação agressiva, controle do jogo e sem dar o espaço que o Água Santa teve no primeiro jogo. Ao fim do primeiro tempo, o Verdão tinha perto de 60% de posse de bola, 14 finalizações a favor, apenas três sofridas e o 3 a 0 no placar.

Assim como no encontro entre as duas equipes na fase de grupos, a partida por pouco não descambou antes do intervalo, quando Dudu correu o risco de ser expulso após acertar Didi. Raphael Claus preferiu dar apenas o cartão amarelo.

O segundo tempo foi protocolar, em um ritmo já mais lento. Abel passou a fazer mudanças e Flaco López ainda marcou para fechar a goleada em 4 a 0.

O jogo foi um resumo do que é a era Abel Ferreira no Palmeiras. São oito títulos em dois anos e meio de trabalho, e a sensação é de que tanto o treinador quanto os jogadores querem continuar ganhando.

Foto: Divulgação1

Seja contra o São Paulo, Corinthians, Flamengo ou o Água Santa, que fez um grande Paulista, o Verdão em jogos decisivos compete como poucos no Brasil. E vence como poucos, também.