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Brasil reduz espaços no meio, abre caminho para reação, e merece a vaga no Mundi

Equipe de Phelipe Leal sofre até encontrar o equilíbrio entre defesa e ataque na ausência de Dudu, mas se ajusta no decorrer da partida e por pouco não vira o placar em bom jogo contra o Equador
Foto: GEBrasil reduz espaços no meio, abre caminho para reação, e merece a vaga no Mundial Sub-17
Brasil reduz espaços no meio, abre caminho para reação, e merece a vaga no Mundial Sub-17

Uma característica deste Brasilno Sul-Americano Sub-17 é a capacidade de encontrar dentro das partidas soluções para situações adversas. E o empate por2 a 2 com o Equador, que garantiu vaga no Mundial da categoria, provavelmente é o que mais representa pela transformação de um time dominado até sofrer o 2 a 0 ao que só não conseguiu a virada graças a um milagre na pontinha do pé do goleiro adversário.

Encontrar o equilíbrio entre defesa e ataque na ausência do suspenso Dudu, figura central no meio de campo de Phelipe Leal, não foi fácil. Até por características de velocidade e arranque, o quarteto de frente se desconectava da dupla se volantes, oferecendo um latifúndio para o Equador jogar por dentro. Foi assim que o time da casa dominou o início da partida.

Foto: GE1Phelipe Leal durante empate entre Brasil e Equador — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Quando a marcação pressão fazia efeito, o Brasil até levava perigo na qualidade indiscutível de Lorran, Rayan, Riquelme e Kauã Elias. Quando os equatorianos conseguiam superar a primeira marcação, Matheus Ferreira e Luiz Gustavo tinham que cobrir uma parte muito grande do campo e invariavelmente ficavam em inferioridade numérica.

Junte a isso uma linha de quatro posicionada muito lá atrás, e um Chermont que não viveu grande noite. Foi a senha para que Kendry Paez e Arroyo desfilassem o talento em um Equador com ações extremamente verticais e que não se privava de finalizar de média distância quando não encontrava espaços.

Brasil x Equador

Posse de bola: 38% x 62%

Finalizações: 13 x 21

Finalizações no gol: 3 x 6

Passes trocados: 239 x 396

Faltas cometidas: 9 x 9

Arroyo teve esses espaços por duas vezes justamente entre os volantes e a linha defensiva. Pior para Chermont que foi superado no mano a mano em jogadas que terminaram em gol. Responsabilidade do lateral, mas culpa muito mais de um 4-2-4 que deixava o Brasil desequilibrado.

O gol de Rayan antes do intervalo foi determinante para que Phelipe Leal tivesse tempo para arrumar a casa no intervalo em busca do empate. E o que se viu no segundo tempo foi outra equipe.

Foto: Projeto Bahia Jovem1
Projeto Bahia Jovem - Entre Rios - Bahia

Fazendo valer a máxima de que correr errado é o que cansa, o Brasil correu certinho na etapa final, o que fez com que superasse até mesmo os efeitos da altitude. Lorran deu passos atrás no meio de campo e reduziu os espaços oferecidos ao adversário. Além disso, a Seleção se mostrou bem mais compacta fosse nas ações ofensivas ou defensivas, envolvendo o Equador com a bola.

Kauã Elias empatou logo aos sete, em cabeçada após escanteio, e foi o time brasileiro que a todo instante esteve mais próximo da vitória. Organizado do meio para frente, passou a apresentar o equilíbrio necessário do meio para trás e só não virou o placar graças a um milagre do goleiro Loor em chute de Da Mata no finalzinho.