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Inter dá esperança, mas cede à pressão do River e toma virada

Time de Eduardo Coudet apresenta rendimento discrepantes nos dois tempos e terá de reverter desvantagem para seguir na Libertadores
Foto: GEInter dá esperança, mas cede à pressão do River e toma virada
Inter dá esperança, mas cede à pressão do River e toma virada

O Inter deixa a Argentina com um sentimento dúbio. Veio o alento pela atuação do primeiro tempo, sólida e mortal. Porém, o jogo tem 90 minutos, e o time teima em não manter o padrão. A derrota de virada por 2 a 1 para o River Plate apresentou distintas versões, com queda de rendimento após o intervalo, e deixa a dúvida se há como acreditar que suportará a decisão da próxima terça.

A virada, a segunda em quatro dias, já que o Inter também saiu na frente do Cuiabá e acabou derrotado, teve uma demonstração de um time que foi de um rendimento regular para um ruim muito rápido. O Inter precisa encontrar um meio-termo mais linear para conseguir ir às quartas.

Mesmo com 80 mil argentinos ensandecidos, o Colorado mostrou frieza. Apesar dos avanços do River, os visitantes conseguiam manter a postura e seguravam os rivais.

Johnny tirava por cima e por baixo e limpava à frente da área. Coudet berrava como se fosse possível ouvir algo um palmo à frente (e não era), e regia os movimentos dos comandados tais quais um maestro. Alan Patrick conseguia cadenciar.

O Inter ainda usou o veneno argentino, a catimba, para irritar os mandante. Rochet foi ao chão e pediu atendimento para esfriar a partida. No último lance antes do intervalo, a execução de 45 minutos cumpridos com excelência. Alan Patrick cobrou falta na cabeça de Valencia, que desencantou.

Foto: GE1Valencia fez o gol, mas River virou para cima do Inter no segundo tempo — Foto: Tomás Hammes

O camisa 13 fez a tradicional comemoração anotando e enlouqueceu os dois mil colorados presentes. “O Monumental virou o Beira-Rio” foi ouvido, com a rima tradicional com um palavrão.

Quando os times voltaram do intervalo, Los Borrachos del Tablón fizeram as arquibancadas do remodelado estádio ainda mais explosiva. O Inter tentava escapar. Rochet mostrou a razão de ser o titular do Uruguai e de Eduardo Coudet trocar o goleiro. O uruguaio brilhou em, pelo menos, três oportunidades. Quando não pegou, contou com a trave e a sorte.

Só que, quanto mais o Monumental cantava, mais o River subia. Lucho González levantava a todo instante e trocava ideias com Chacho. E veio outra diferença: o banco de reservas. Demichelis sacou o ídolo Enzo Pérez e promoveu a entrada de Solari aos 18.

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No minuto seguinte, gol do atacante no primeiro toque na bola. De la Cruz lançou, Renê errou a tentativa de corte e o camisa 36 invadiu a área para chutar cruzado. Mercado até tentou impedir com um carrinho, mas sem sucesso.

Festa, saltos e cantos ainda mais fortes. O terror do Inter tomava corpo. Coudet até tentou se proteger mais. Sacou Bustos e Wanderson e pôs Igor Gomes e Campanharo. Com o placar igual, a pressão da torcida e sem o fôlego de antes, as mexidas, todas elas, não só as citadas, não surtiram efeito.

Se fosse boxe, os gaúchos estariam nas cordas, com o oponente desferindo jabs, diretos, cruzados e uppers. De la Cruz chutou para fora. Barco, que incomodou o sistema defensivo, obrigou Rochet a brilhar uma vez mais.

O Colorado voltou a escapar quando Aliendro pegou o rebote de primeira. A bola deu na trave e saiu. Aos 33 veio a punição. A defesa falhou e Solari saiu sozinho para levar o Monumental ao êxtase. Coudet enlouqueceu e deu um bico em uma garrafa da água que estava na área técnica. Os reservas olhavam tristes ao campo.

A derrota estava decretada - até porque o Inter não mostrou força alguma nem margem que pudesse reagir em toda etapa final. O grupo ainda rumou para aplaudir os torcedores que vieram à capital argentina. No vestiário, os jogadores estavam incomodados pela derrota. Ainda mais após a apresentação antes do intervalo.

Todavia, saíram com a impressão que há um caminho a percorrer e uma maneira de superar o River no Beira-Rio para chegar às quartas. Coudet terá uma semana para definir a estratégia. O treinador já sabe que terá um reforço: o Beira-Rio lotado, que precisará jogar como los hinchas fizeram.

Para avançar às quartas de final, o Inter terá de vencer o River por, no mínimo, um gol de diferença, para levar a decisão aos pênaltis. A partir de dois gols, os colorados levam a vaga. O duelo de volta acontece na outra terça-feira, dia 8, às 21h, no Beira-Rio