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RBR diz ter aceitado punição "severa" da FIA "a contragosto"

Chefe Christian Horner alegou ter respeitado prejuízo em nome de agilidade no acordo, mas RBR se vê prejudicada com restrições no túnel de vento: "Nos tornamos vítimas do nosso sucesso"
Foto: Mark Thompson/Getty ImagesChristian Horner, chefe da RBR, no GP de Singapura da F1
Christian Horner, chefe da RBR, no GP de Singapura da F1

Nesta sexta, a F1 divulgou a punição à RBR após os austríacos violarem o limite orçamentário de 2021. A equipe de energéticos foi penalizada com multa de US$ 7 milhões (cerca de R$37 milhões) e também perderá 10% do tempo disponível para o uso do túnel de vento e dos testes de Dinâmica de Fluído Computacional - uma sanção, segundo Christian Horner, "enorme" e "draconiana" (severa).

- Ouvi pessoas dizendo que é um montante insignificante. Mas posso lhe dizer agora, é uma quantia enorme. Isso representa entre um quarto e meio segundo de tempo de volta. Ao vencer o campeonato de construtores, nos tornamos vítimas do nosso próprio sucesso. Além dos 10%, há 5% de desvantagem comparado ao segundo e terceiro lugares - declarou o chefe de equipe.

A infração dos austríacos ao limite de 2021, estabelecido em US$ 145 milhões (cerca de R$751 milhões), corresponde a 1,6% do valor total. Na prática, a quantia foi equivalente a 1,8 milhão de libras esterlinas (ou R$ 11 milhões).

Na opinião do dirigente, a pena vai impactar não apenas o sucessor imediato do RB18, mas também o carro de 2024 da RBR. É por isto que Horner crê que suas equipes rivais seguiram no pé da FIA, cobrando por uma punição rígida.

- Dá uma vantagem aos nossos rivais, e é por isso que eles insistiram tanto por uma punição severa. Vamos ter que trabalhar muito duro no tempo que temos disponível, e teremos que ser eficientes com nosso tempo e com as experiências que escolhermos ter no túnel de vento.

"Havia outras punições esportivas disponíveis à FIA. Mas obviamente houve uma pressão grande dos nossos rivais por esta, porque é a que eles sentiram que nos atingiria mais", completou.

O anúncio da pena só foi concretizado após a RBR entrar em acordo com a FIA. Mas isso leva à questão: se a punição foi considerada pesada demais, por que a equipe aceitou os termos da entidade? Para Horner, a principal questão foi dar um fim imediato ao imbróglio, impedindo que o processo se estendesse por meses.

- Aceitamos que as regras são imaturas, que há interpretações e que essa administração da FIA herdou essas regras. Se tivéssemos arrastado a questão pelo painel de administração, para ir à apelação, poderia ter levado meses. Além disso, a Corte Internacional de Apelação poderia ter levado ainda mais tempo - disse Horner, que acrescentou:

- Com o tanto de especulação, comentários e provocações no paddock, sentimos que era interesse de todos - nosso, da FIA e da F1 - fechar este capítulo aqui e agora. Aceitamos a punição, a contragosto, mas aceitamos.

A RBR ainda vai arcar com os custos da investigação, tendo cometido uma infração processual do teto orçamentário - que inclui erro no cálculo com gastos na RB Powertrains, responsável por produzir os motores de seus carros. Horner, por sua vez, ainda cobrou uma retratação das escuderias rivais pela forma pública em que o processo foi debatido.

- Para ser honesto, acho que merecemos um pedido de desculpa de algumas rivais pela forma que as alegações foram feitas. Não vamos nos desculpar pela forma que desempenhamos e agimos.

A Fórmula 1 segue com o TL3 do GP do México neste sábado, às 14h. O ge acompanha tudo em tempo real. Com Verstappen e RBR como campeões, restam três etapas na temporada 2022 da F1.