Futebol em Foco

Treinador Cláudio Roberto faz história no Brasil e no Mundo

Cláudio tem participado dos principais eventos relacionados ao futebol. E ainda ministra palestras e workshops em diversas Instituições Educacionais, Esportivas e Profissionalizantes.
Foto: DivulgaçãoCláudio Roberto
Cláudio Roberto

O nosso Brazuca de hoje é o treinador Cláudio Roberto Silveira, de 46 anos, natural de Cascavel-Paraná. Ele começou sua carreira em 2001 como Treinador de Goleiros do Cascavel Esporte Clube. Posteriormente, Cláudio Roberto trabalhou em clubes como Preparador Físico, Auxiliar Técnico, Coordenador de categorias de base onde adquiriu experiência pra desenvolver sua capacidade profissional como Treinador.

Início de Tudo

Como todo começo, é necessário muita calma e resiliência. Cláudio contou ao Futebol em Foco que no início de sua carreira no mundo do futebol tentou ser jogador, mas não deu muito certo. “Eu comecei em 1999 como treinador de futsal, nessa altura morava em Rondônia, eu tinha tentado a vida como jogador de futebol e não tinha dado muito certo, mas a paixão pelo futebol continuava, aí eu comecei a imaginar que eu poderia continuar no futebol de outra maneira”, adiantou.

Cláudio logo no começo da sua história no esporte, teve a oportunidade de montar uma escola de futebol, mesmo sem ainda ter a formação de educação física e qualificação de treinador. “Começamos a trabalhar, começamos a desenvolver os jogadores desde a formação, mas nessa altura eu não tinha qualificação como treinador e nem professor de educação física. Então trabalhei em 1999 e 2000 como treinador de futsal, e depois voltei a morar em Paraná, a partir daí ingressei no curso de educação física, mas sempre com o meu pensamento e meus objetivos voltados para o futebol”, contou.

“Fiz a graduação e foram surgindo oportunidades no futsal, não como treinador, mas como preparador físico e dentro dessas oportunidades que eu tive fui conhecendo pessoas, criando relacionamentos, até que eu concluo a graduação em 2004 e recebi uma proposta para trabalhar no Espirito Santo como preparador físico e a partir daí fiquei uns cinco a seis anos trabalhando como preparador físico, até que eu fiz a transição de preparador físico para treinador em 2009, então eu tinha 36 anos. Foi quando tudo começou, minha primeira oportunidade no Jaguaré Esporte Clube-ES, da primeira divisão do futebol capixaba.

Como pontuado acima, depois de acumular experiências em diferentes funções, aos 32 anos, Claudio Roberto deu início a sua carreira de Treinador pelo Jaguaré-EC em 2009. “A partir de 2009 quando eu começo a minha carreira de treinador em equipes profissionais, eu tive a possibilidade de trabalhar em três estados aqui no Brasil”, disse.

Depois do Jaguaré no Espirito Santo, Cláudio foi trabalhar em Santa Catarina no Marcílio Dias, e logo depois no Corumbaense FC, do Mato Grosso do Sul. Depois ficou três anos (2011, 2012 e 2013) no Águia Negra, onde conquistou o primeiro título como treinador, no campeonato estadual de 2012. “Foram experiencias que enriqueceram muito pra mim, porque foi um clube com uma história longa, porque já tinha passado por ele como preparador físico então eu tinha um carinho muito especial pelo clube, já tinha sido campeão como preparador físico em 2007 e tinha ali uma possibilidade de escrever mais uma página na história do clube, e foi o que acabou acontecendo e foi sempre muito desafiador, mas muito proveitoso”, disse o treinador.

Do Brasil para o Mundo

Quando encerrou o contrato com o Águia Negra-MS, o treinador brasileiro voo para novos ares e foi pousar na Ásia, para ser treinador da Seleção Nacional do Sri Lanka e, a partir daí as coisas mudaram, outras experiencias, outros valores, outros princípios. “Eu sai do Brasil em 2013 quando fui dirigir a seleção nacional do Sri Lanka, um país pequeno da Ásia com um projeto pra desenvolver jogadores mais do que pra ganhar competições, eu me identifico muito com esses projetos e foi uma experiência muito enriquecedora a nível de idioma, de cultura, de costumes. Eu estava muito aberto a aprender coisas novas, a entender um novo contexto e eu queria viver outras culturas futebolísticas, outras formas de desenvolver o método de trabalho, as relações, networking, então foi ali que tudo começou em temo de carreira internacional e lembro sempre com muita saudade e muito carinho dessa oportunidade”, contou.

Além de sempre ter voltado ao Brasil para novas experiências, Cláudio passou por clubes e fez história no exterior. Em 2016/17/18 treinou o Monte Carlo, em 2018 o Zhaoqing Lixun, em 2019 o Topfung Easrlake FC todos na China, no mesmo ano treinou também o Al Njoom FC na Arábia Saudita, e depois em 2020 o Sport Support FC no Emirados Árabes, veio ao Brasil e retornou em 2021 ao clube do país oriental.

Em sua passagem pelos países, ao passar pela China, Cláudio foi premiado e se orgulha muito da conquista. “Nesses clubes conseguimos classificação para a copa da Ásia, conseguimos títulos a nível local e nacional e tivemos jogadores que conseguimos prospectar para níveis e patamares mais altos para outros clubes. Foi sempre um desafio, as dificuldades sempre foram encaradas de forma positiva, é dessa maneira que eu encaro a vida e não só o futebol, e diante dessas oportunidades fui premiado na china como melhor treinador da liga, isso muito me orgulha porque a classe de treinadores brasileiros dignifica o futebol a partir do momento que faz um bom trabalho com conquistas e prêmios individuais, e isso me mostrou que estávamos no caminho de evolução na carreira, quando há reconhecimento é porque há evolução na carreira”, falou o treinador brasileiro.

Foto: ReproduçãoCláudio Roberto ganha prêmio de melhor treinador da liga
Cláudio Roberto ganha prêmio de melhor treinador da liga

China e Arábia

Juntando os dois períodos em convivência com os chineses, Cláudio falou de como foi a experiência. “Foi uma experiência ótima, me adaptei bem ao ritmo do país, da cultura, gostei muito de conviver com os chineses, tivemos bons resultados trabalhando em divisões mais baixas, porém com bons resultados. É um país que quero voltar a trabalhar assim que as fronteiras se abrirem em função da pandemia, mas foram experiencias muito enriquecedoras de experiencias de futebol e relacionamentos. Eu penso que em um futuro próximo eu possa retornar ao futebol da china, porque lá ficou grandes amigos, boas lembranças e as portas abertas para um retorno”, contou.

Na Arábia, o brasileiro não passou um tempo muito longo, foram apenas 5 meses. A equipe de Cláudio foi contratada por uma equipe que tinha participação na liga sempre na parte de baixo da tabela, e eles foram pra colocar uma mentalidade vencedora, uma cultura de vitória nos jogadores. “Tivemos algumas dificuldades, era um time bastante jovem e investimento baixo, tivemos um período de preparação muito bom, eu lembro que nós fizemos a pré temporada no Egito com bons resultados com bom rendimento da equipe. Quando iniciou a liga tivemos algumas dificuldades, porque disputamos a 2º divisão com uma equipe bem jovem, então, nós oscilávamos bastante e isso refletia dentro de campo em resultados”, destacou.

“Foi uma experiencia muito interessante para entender como é que se joga essa divisão na Arábia, como é a forma do árabe de entender o futebol, para que a gente pudesse entender o contexto, e poder trabalhar e desenvolver as equipes, não foi muito tempo não conseguimos ter uma sequência de bons resultados e isso não permitiu a continuidade, mas eu penso que ali ficou um aprendizado muito grande, uma lição muito grande pra um futuro próximo ter novas oportunidades e ai sim já tendo conhecimento da liga, dos jogadores, dos clubes e quais as melhores decisões em termos de aceitar ou não propostas para trabalhar na Arábia Saudita”, completou.

Na Pandemia

A pandemia de covid-19 pegou todos de forma brusca, e não foi diferente para Cláudio. Porém, ele usou o momento para se atualizar e para ter novas experiências em meio as adaptações. “Foi uma situação que pegou todos de surpresa, porém o ser humano é capaz de sempre se adaptar ao contexto, as coisas que acontecem, e eu não fui diferente, fui aprendendo a como entender e como ocupar o espaço de tempo não podendo ter muita margem para se mover e tinha que ter todo cuidado. Então, praticamente foi tudo de casa de forma online, mas eu pude criar um novo banco de dados com atualizações, network, contatos com outros profissionais, participei de eventos online uma coisa que eu gosto e me identifico”, detalhou ele.

“Pude investir em outras áreas também que tem a ver com a minha atuação profissional, eu acredito que eu aproveitei bem o tempo encarei de forma positiva, a pandemia mostrou para nós outras alternativas outras possibilidades, e dentro disso fomos criando possibilidades de evoluir e de crescer, não só como pessoa, mas profissionalmente também”, disse ainda.

Marcado na História

Cláudio já passou por mais de 15 clubes, e questionado sobre o clube que mais marcou a vida, o brasileiro destacou o Águia Negra. “Eu sempre gosto de lembrar do Águia Negra como um clube que marcou minha carreira, foi um clube que meu deu tempo, oportunidade, tiveram paciência comigo, me deixaram trabalhar e colocar minhas ideias me desenvolver como treinador. Claro que todos os clubes que passamos, procuramos sempre dá o nosso melhor, mas o Águia negra sem dúvida nenhuma é um clube que está marcado na minha história e no meu coração”, disse.

“E o que mais me marcou e vem me marcando são as relações. O esporte é algo extraordinário, e eu tenho uma característica de que por onde eu vou, por onde eu passo, sempre eu conheço pessoas especiais e faço novas amizades, conheço pessoas muito especiais que depois se tornam amigos para a vida inteira e claro, que em termos esportivos o que marca são as conquistas, os títulos, os bons resultados as performances em alto nível. Mas pra mim o que marca mesmo são as relações, as pessoas, poder encontrar depois de um tempo e poder lembrar das histórias que passamos juntos”, finalizou.

Foto: DivulgaçãoCláudio Roberto, treinador brasileiro
Cláudio Roberto, treinador brasileiro

Futuro

Cláudio Roberto, acabou de chegar dos Emirados Árabes e está no Brasil. “É um momento de recarregar as baterias, de curtir a família os amigos, as pessoas que eu amo, a partir desse momento também começo a me organizar para concluir a minha licença A da CBF que ainda falta um módulo, também estou em contatos com pessoas do futebol para deixar claro que eu estou disponível no mercado, quero brevemente voltar a trabalhar, então são etapas aí a serem cumpridas, mas o mais importante é poder está se atualizando, está se preparando para quando a oportunidade aparecer, nós estamos preparados para fazer um grande ano e um grande trabalho”, pontuou.

Para o futuro, os planos são de continuidade para o treinador, de abri novos mercados, de conhecer novos profissionais, novos clubes e enquanto isso não acontece, segue se preparando, se atualizando para melhorar cada vez mais como pessoa e profissional. “[...] a partir daí buscar o meu espaço, porque eu acredito que eu tenho muito a dar, muito a contribuir, e dentro desses objetivos de futuro se preparar para as oportunidades, esse tem sido uma constante na minha carreira da qual eu me orgulho bastante e que em breve eu espero está de volta a ativa atuando com regularidade”, finalizou Cláudio Roberto.

Atualização Profissional

Pós-graduado em Educação Física pela Faculdade Integrada de Jacarepaguá (FIJ), do Rio de Janeiro, Cláudio Roberto é um profissional atualizado, possui licença A da CBF e sempre busca a troca de informações, conhecimento e cursos de capacitação para o melhor desenvolvimento da profissão.

Além disso, Cláudio tem participado dos principais eventos relacionados ao futebol. E ainda ministra palestras e workshops em diversas Instituições Educacionais, Esportivas e Profissionalizantes.