OSantos voltou a vencer depois de três jogos na temporada, mas ainda está longe de agradar seu torcedor. Em casa, o Peixe terminou a partida contra o Botafogo-SP com apenas nove finalizações, enquanto a equipe de Ribeirão Preto conseguiu o dobro: 18. A estatística chama a atenção de forma negativa.
Em que pese o fato de o Santos ter feito dois gols de vantagem no jogo de ida do confronto, a situação não justifica uma atuação tão abaixo do esperado diante de um clube que disputa a Série B.
O Botafogo estava com time misto, não dominou a partida, não pressionou o Peixe, mas levou muito mais perigo. O Santos entrou em campo com força máxima e, de novo, deixou a desejar. A sensação é de que não há melhora.
Os números retratam a tão conhecida dificuldade no setor criativo do Santos. Na última quarta, o técnico Odair Hellmann colocou, em tese, a formação ideal de seu ataque, com Lucas Lima, Mendoza, Soteldo e Marcos Leonardo. Não funcionou.
Foram apenas três chutes no primeiro tempo. Embora a situação tenha melhorado na etapa final, é importante lembrar que o Santos teve uma postura mais defensiva depois de abrir o placar e praticamente não criou mais nada do meio para frente.
Dois dos seis chutes a gol na etapa final foram de muito longe da área - ambos com Marcos Leonardo tentando surpreender o goleiro em lances de contra-ataque. O centroavante, inclusive, precisa ser mais participativo na construção das jogadas e, quando possível, abrir mão do individual para oportunizar o trabalho coletivo da equipe.
Defensivamente, no entanto, o Santos está no caminho certo. Mas, para vencer os jogos e ser competitivo daqui para frente, o elenco precisa voltar a ser temido no ataque. Na Vila Belmiro, seja qual for o contexto, o Peixe não pode ver o Botafogo ser tão mais produtivo na frente.